Construção civil investe em capacitação para amenizar carência de mão de obra no mercado

Está nos jornais, nos noticiários de TV, nas revistas e, principalmente, nos canteiros das obras. Não é novidade que a escassez de operários qualificados na construção civil preocupa este setor que é o que mais cresce no Brasil. E um dos que mais auxilia no combate à crise de desemprego no País. Porém, atrasos nas obras e acabamentos indesejados são algumas das consequências dessa falta de Profissionais.

Um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aponta que 89% entre 385 empresas da construção civil pesquisadas sofrem com a falta de trabalhadores qualificados e 94% das empresas têm dificuldades em encontrar profissionais com qualificação básica, como pedreiros e serventes.
PAC, COPA DO MUNDO E OLIMPÍADAS AMPLIAM ATIVIDADES

Além da expansão rápida e contínua do setor imobiliário, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 chamam atenção para ampliação da atividade na indústria nacional. Uma solução para esse problema, são incentivo por parte do governo e dos proprietários das construtoras para que os operários se qualifiquem e façam cursos. Todos ganham com essa iniciativa, tendo em vista que um profissional qualificado evita até o desperdício de materiais, consequência da falta de instrução para uso dos mesmos. Os operários estão preocupados apenas com a execução da tarefa, não se comprometendo com a qualidade e produtividade. 

             Para amenizar algumas empresas  investem na qualificação ou adotam cursos a                          distancia, como o Curso de Mestre de Obras, que capacita on line a preço acessível.

PROBLEMAS ENFRENTADOS
De acordo com o levantamento, são três os principais problemas. O primeiro é a alta rotatividade dos trabalhadores, fato reclamado por 56% das empresas. Na opinião de 53% das construtoras, a má qualidade da Educação Básica é o segundo maior obstáculo na busca pela qualificação, e o receio em perder os trabalhadores para o mercado foi apontado como terceiro maior empecilho na qualificação, segundo 47% das empresas. Para melhorar a qualificação profissional, 64% das empresas adotam a capacitação no próprio ambiente de trabalho e 45% dizem que a ação mais eficiente é fortalecer a relação do empregado com a empresa, por meio de salários e benefícios.

PERFIL DO PROFISSIONAL MUDOU
O que antes era só uma profissão comumente vista como opção para sair do desemprego, atualmente, esta realidade passa por mudanças. O operário está cada vez melhor remunerado e é visto como um colaborador da empresa. “Isso não é algo tão recente. As mudanças nesse sentido já vêm sendo sentidas de alguns anos pra cá. Essa integração dos colaboradores é que leva uma empresa a garantir bons resultados para seus acionistas.”, explica o diretor técnico da BSPAR Incorporações, Alfredo Cruz.

INICIATIVA
A saída mais viável para esse tipo de problema é as empresas capacitarem seus profissionais, investir neles mesmo no canteiro de obras como também em Escolas Técnicas. Segundo Alfredo Cruz, a importância do treinamento é suprir, de imediato, a necessidade de mão de obra nesse momento de escassez. “Se você dá a oportunidade de o funcionário crescer profissionalmente, você cria uma política de captação e retenção de operários de trabalho. Com isso, podemos buscar a crescente melhoria e a qualidade no serviço”, destaca Cruz, que oferece dentro da BSPAR esse tipo de curso para funcionários do grupo.

“Aqui, nós temos vários cursos internos e outros em parceria com o SESC E SENAI – vão desde treinamento de fipa, trabalho em altura, cursos de desenvolvimento. Pegamos serventes e começamos a capacitá-los para virar pedreiros, auxiliar de eletricista, vários cursos para dar mobilidade vertical, ir capacitando e ao mesmo tempo retendo. Fora esses, nós temos vários outros cursos de qualidade, segurança no trabalho, brigada de incêndio, operador de betoneira. Eletricidade básica para trabalhar pessoas que querem seguir essa profissão, cursos, palestras de trabalho em altura, acidente de trabalho etc.”, informou Cruz, acrescentando que os cursos atendem até aos engenheiros, tais como cursos de oratória e código de ética.

A iniciativa das empresas em investir na área é um grande passo. Contudo, essa responsabilidade não deve partir somente do setor privado, o governo também deve atentar para o contexto atual da indústria civil. Todo o processo construtivo vai ter qualidade na medida em que se utilizar um projeto bem elaborado, materiais certificados e profissionais qualificados. O conjunto é importante para o sucesso da obra.

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